Olha eu ali! Meu segundo show do Iron Maiden! \o/

Saudações. Sete anos é muito tempo. Nem contarei sobre o cataclismo que me fez perder 2004. Esse hei sido meu primeiro texto por motivação própria. Nada de redações da escola, nada de provas discursivas e dissertações sobre efemérides aleatórias. Começou com uma conversa de MSN com uma amiga chamada Thaiane. Gostei tanto da minha ênfase em tentar ser exato às minhas sensações do dia que extraí o sumo, tirei o trigo do joio e expandi um pouquinho. Quase nada, eu diria. Quase um texto do Bandeira Verde. Segue aí Ipsis Litteris:

” Saímos daqui, no inicio da manha de sábado e chegamos la em SP quase onze da noite do mesmo dia. Logo, fomos tomar umas cervejas pela cidade, andando pelas ruas do centro da capital. A cidade não dorme, pra todo lugar que você vai, alguma coisa esta funcionando. Só que, como nosso objetivo era assistir ao show, não ficamos muito tempo na rua, só mesmo uma andada pela cidade e algumas cervejas, depois, estávamos no hotel novamente, pra um descanso preparativo pra aquilo o que nos esperava no dia seguinte. Daí foi um “bom sono” e logo cedo já levantamos pra arrumar as coisas pro show.

Depois de um café da manha reforçado e alguns preparativos fomos pro Palestra Itália umas Dez e meia da manhã. Chegamos la no estadio do palmeiras umas onze. O sol já estava alto e a multidão já se mostrava imensa, e não parava de aumentar a cada instante. A fila imensa já formada e um sol escaldante nos acompanhava pela caminhada, e depois de alguns longos minutos andando, conseguimos localizar o final da fila, que apesar da hora, já dobrava o quarteirão do estadio. Chegando lá e tomando nosso território de espera, fomos beber algumas coisas, dentre elas, cervejas, vodkas, vinhos, e a famosa pinga com mel dos ambulantes.

Passamos o tempo bebendo e nos divertindo. Tudo em meio a muitas piadas e risadas. Assim, íamos enturmando com a fila, e conhecemos uma galera de lá. Todos muito receptivos, nos trataram muito bem. E em meio a isso, as horas se passaram, e lá pelas três da tarde a fica começou a andar. Os portões do estádio se abriram pra nação de maidenmaníacos conhecer o local onde o evento mais esperado em anos se daria. Acredito termos andado quase uma hora em meio a caminhadas curtas e paradas. Tudo isso devido a multidão aglomerada em filas imensas.

Quando entramos no estádio, nossa, parecia um sonho, subimos as escadarias das dependências do mesmo e logo vislumbramos o campo, vendo à direita o palco e sua imensa estrutura. Estrutura essa minunciosamente coberta por um imenso tecido preto, fazendo assim toda a expectativa pelo que viria logo mais se aumentar. E la dentro o sol estava bruto travando uma batalha de forças conosco. Nossas armas eram a sombra de uma gigantesca torre onde ficava a mesa de controle do som do palco e muita água para, assim, enfrentar esse inimigo poderoso que persistia em nos afugentar.

Estando lá, andei e comprei umas camisetas da turnê. Cada uma mais louca que a outra, dava vontade de levar tudo, pena que a grana não era suficiente pra me fazer essa pequena graça. Tudo bem, o grande presente já havia me dado, e eu estava o usufruindo àquela hora. Aproveitamos para andar pela pista que naquele momento ainda começava a ser tomada pelos fãs, e por isso ainda dava pra caminhar e conhecer todo o espaço que instantes mais tarde sumiria em meio à uma massa de seguidores da Donzela de Ferro. Tiramos algumas fotos, que espero ter acesso tão logo seja possível.

As horas foram passando, e enquanto esperávamos o sol dar trégua, uma radio paulista fazia o som ambiente. Foi uma grande distração, a toda hora tocando clássicos do rock, como Ozzy Osbourne, Dio, Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple e Kiss, alias esta ultima levando o nome da rádio. Alguns momentos durante a tarde vinham alguns locutores falar sobre o show e sobre a radio. E nesses momentos o público sentado ou deitado no chão, se levantava e se aproximava do palco. Via assim o estadio ficar cada vez mais lotado. Arquibancadas, cadeiras, o campo, tudo ia sumindo em meio a cabeças e camisetas pretas da banda, via assim ficar impossível, ou próximo disso pensar em andar livremente pelo estádio.

Assim começava uma nova jornada: conquistar território e aproximar cada vez do palco onde o sonho de ver a banda dos sonhos se realizaria dali há poucas horas. A cada momento, um novo fato fazia a multidão se aglutinar mais, e assim avançava em meio à multidão rumo a grade que separava a pista em que eu estava da pista considerada especial. Sim, existia uma grade que separava, a pista em que estávamos, de uma pista especial, onde esta ficava mais próxima do palco, e ali ficavam os privilegiados que conseguiram comprar esses tão raros ingressos. Mas, enfim, minha marcha rumo ao território para o acontecimento prosseguia, e conseguia angariar novos espaços ao passar dos tempos.

Vendo nosso fervor em persistir, o Sol entregou os pontos e logo se foi, dando inicio à um anoitecer de muito calor assim como foi o dia. Calor esse muito acirrado pela aglomeração cada vez mais intensa. Junto com a noite, veio o anuncio de que o show estava próximo, e assim como a proximidade do mesmo, a primeira atração veio ao palco. A filha do baixista-produtor-líder-todo-poderoso Steve Harris, Lauren Harris subiu ao palco, as sete da noite. Seu show foi curto e agradável, porém interminável para quem veio com o objetivo declarado de ver apenas o Iron Maiden. Seu repertório apresentava musicas adolescentes, mas com um toque de bom gosto do espirito rock & roll. A mocinha veio acompanhada, estava muito afiada, e todos os músicos eram muito bons. Depois de meia-interminavel-hora ela deixou o palco e assim ficamos ainda mais próximos da banda que esperávamos.

Depois de algumas musicas de som ambiente, começa uma fina chuva como que mostrando que o tempo se rendeu à nossa persistência. Garoa essa que logo deu lugar à uma chuva torrencial, algo próximo de uma tempestade. Senti a alma sendo lavada com essa água tão esperada, pois essa hora, os vendedores não mais nos alcançavam, tamanha a aglutinação de pessoas. Pra se ter uma ideia, somente o rosto, o cabelo e o tronco ficaram molhados, a bota e a calça, apenas com a água que descia pelo corpo. Mesmo ácida, a chuva foi providencial. Tomamos um susto vendo os técnicos de som da banda colocando sacos plásticos nos retornos e monitores de palco. Mas, isso foi um breve momento, pois logo a chuva começou a diminuir e eles desistiram da ideia, voltando para o backstage.

Com o fim da chuva veio a surpresa que fez o estadio ir a loucura. O telão começava a mostrar imagens da turnê tendo como trilha sonora Transilvania, um ótimo instrumental do primeiro disco do Iron Maiden. A população de metaleiros já gritava enlouquecida e em coro gritava chamando pela banda. O som da voz ecoava aos cantos do estadio fazendo um barulho ensurdecedor: Maiden, Maiden, Maiden, assim clamavam os fieis seguidores da banda. E com aquele cenário vinha a ideia de que aquilo tudo era real e acontecia frente a nossos olhos e ouvidos.

Chega ao fim a trilha instrumental, e sem tempo para um silencio, começam nos PAs sons de aviões da segunda guerra mundial e a voz de Winston Churchill fazendo um pronunciamento sobre a segunda guerra. As imensas cortinas pretas que escondiam o palco se abriam lentamente revelando todo o cenário onde a banda se apresentaria. O estádio a essa hora gritava insanamente pela banda. Junto a essa pequena vinheta vinha Aces High, a primeira música do show. O estadio veio a baixo, impossível conter a euforia, o êxtase, um amalgama de sentimentos de febre de agitação. Não acreditava ao ouvir a banda tocando, ao ver aqueles que habitavam os melhores cds e videos que tinha visto até então, parecia uma ilusão, um sonho.

E não era só eu quem sentia isso, outros 40/50 mil presentes comungavam do mesmo delírio. O público gritava de maneira ensurdecedora, no meio deles, onde eu estava, todos agitavam, pulavam, empurravam. Pensei que iria sucumbir frente a força e violência com que acontecia o empurra-empurra. Isso quase desapercebido perante ao acontecimento que estava ocorrendo logo ali, poucos metros a minha frente. Uma banda dando tudo de si, tocando com toda vontade, um Bruce inspirado cantando como nunca.

Terminada a primeira musica, o vocalista deu Boa Noite ao público, comentou sobre a chuva e chamou pelo publico dizendo o seu famoso Scream for Me Brasil enlouquecendo ainda mais a todos. Veio Two Minutes To Midnight, e parecia não ter fim a sensação de estar sonhando acordado. Logo depois tocaram a lendária Revelations para o deleite dos maidenianos que viam um Bruce Dickinson correndo feito louco pelo palco, cantando, agitando, tudo isso com seu enorme carisma e domínio de público.

Não diferente, tocaram The Trooper, onde Bruce usava roupas do exercito britânico e empunhava a bandeira de sua terra. Um coro enorme o acompanhava no refrão da musica, e a agitação do público continuava como tinha iniciado: intensa e fervorosa. Um breve momento de silencio após o fim da música e ele voltava a falar com o público, dizendo o como estava feliz em tocar aqui novamente. O estadio todo começou a gritar Bruce! Bruce! Bruce! e ele ficou em silencio por alguns minutos ouvindo aquela nação clamando pelo seu nome. Visivelmente emocionado, ele relembrava a primeira apresentação que fizeram no Brasil frente a um publico de 300 mil pessoas no Rock in Rio, e logo depois começava a anunciar uma musica que falava de tudo isso, todos esses anos de banda: Wasted Years. Mais uma vez, delírio geral.

Can I Play With Madness veio logo depois, e junto com ela Number of The Beast, onde o publico repetia cada fala da narrativa que precedia a música, e cantou cada trecho com devoção, como era de se esperar. Com o fim dela, veio a música que, pra mim, marcou o melhor momento do show: Rime of The Ancient Mariner. Um tema épico de mais de 12 minutos, que fascinava em cada trecho, em cada estrofe, cada solo. Uma musica em que bebi cada segundo de sua execução. Uma musica que por si só era completa, valeu o show todo. Tima um clima perfeito nos trechos cantados, tinha todo o clima de suspense no pequeno interlúdio, onde só se ouvia um dedilhado vindo do baixo do Steve Harris, e o seu ressurgimento vindo com a voz poderosa do vocalista, que viria a dar lugar ao seu clímax. Emocionante do inicio ao fim da música. Foi o momento mais especial de todo o show para mim.

Juntamente com esse épico, viria Powerslave, que deu prosseguimento a esse imenso emaranhado de emoções e de fascínio que contagiavam toda a plateia, com todos as passagens temáticas que fizeram dela, uma das melhores músicas que a banda compôs. Terminando ela tinha inicio Heaven Can Wait, outro clássico da banda, onde num momento especial, alguns sortudos entraram no palco e cantaram uma passagem dela junto com a banda. Alem dela tocaram tambem Run to the Hills, um outro clássico dos anos 80 devidamente cantado pelos fans.

Nesse momento, eles tocariam a única musica que pertencia a década de 90, mas que pelo seu merecimento foi colocada no repertório da turnê. Era Fear of the Dark, a música que marcou a vida de muitos fans da banda, e muitos a vêem como o maior sucesso da banda. O público cantou cada melodia e cada frase pronunciada por Bruce, na lenta introdução, que culminava com um riff matador que veio a colocar novamente o estádio enlouquecido. Cantaram junto com Bruce toda a letra da musica, assim como seus solos. A musica era fechada com todos cantando o refrão, que repetia intermitente Fear of the Dark, Fear of the Dark, Fear of the Dark, cantado por cada um entre aqueles que ali viviam a festa.

Para fechar o set list, a música que leva o nome da banda foi tocada: Iron Maiden. Sua letra era simples, porem não menos empolgante. Mostrava toda a força desse monstro que era formado por Bruce Dickinson liderando nos vocais, Steve Harris com o seu poderoso e cavalgado baixo, o trio de áses da guitarra, Dave Murray, Adrian Smith e Jannick Gers, e tambem Nicko Mcbrain na bateria. Nesse momento o monstro/mascote da banda, Eddy, entrava no palco e caminhava por toda a sua extensão enquanto a música era executada. Todas as atenções estavam voltadas a esse monstro que parecia ter cinco metros de altura e andava pelo palco.

Após terminada a música, a banda deixou o palco, e se ouvia ecoar pelo estádio os gritos do publico chamando pelo retorno da banda. E atendendo, eles voltaram para um bis. Bruce voltou e com ele a banda. Ao cantar junto com pequenos acordes do violão de Dave Murray a introdução de Moochild, ele parou a música e brincou com a plateia, que mesmo antes dele cantava a letra da musica. Tocaram-na finalmente e junto com ela Clairvoyant, duas musicas belíssimas que a banda gravou nos seus tempos aureos. O fim do show se aproximava, e com ele vinha a última música: Halloweed By Thy Name. Um clássico que ninguém deixou de cantar inebriado pela apresentação da banda.

Nessas duas horas de show, o que se viu foi uma banda espetacular executando 16 de seus maiores clássicos, revivendo assim, a World Slavery Tour, a maior turnê da banda ate 1985, que contou com a memorável passagem pelo Rock in Rio em janeiro daquele ano. Não houve uma música em que a multidão não cantasse em uníssono as letras e os solos de guitarra. Um show para se guardar nas lembranças de quem esteve la. Inesquecível e emocionante como tem que ser um show de uma banda como Iron Maiden.

Terminado o show, a sensação era ótima emocionalmente, porem o corpo… não se pode dizer o mesmo. A sede, por um acaso do destino se resolveu com a multidão dispersando: finalmente um vendedor de água no nosso campo de visão. O preço era bem salgado, mas a sede era maior, gastamos nossos 4 reais mais bem gastos em toda a história. Dores pelo corpo se acumulavam. Pernas, braços consumidos. A voz tinha sumido em meio aos gritos. Falava com os amigos que fui atropelado por um caminhão chamado Iron Maiden, e mesmo assim tudo valeu a pena, todas as horas de viagem, todas as horas de espera em fila, os apertos vividos nos momentos de show.

Chegamos ao hotel exaustos, e depois de um banho, foi a hora de dormir um mais que merecido sono. Segunda de manhã, ainda eufóricos com a noite anterior, preparamos a bagagem para o regresso. A volta foi compensadora, apesar do atraso para sair do hotel, todos ainda bebiam um pouco da situação de estar na cidade onde tudo aconteceu alem de tirar fotos, trocar e-mails e conversar sobre o show. O ônibus sofreu um pequeno incidente, tendo um dos pneus estourados, e isso foi mais um motivo para diversão. Milhares de quilômetros de viagem e na madrugada da Terça-feira estávamos em Goiânia novamente para um novo inicio de vida após o acontecimento histórico.”

Dá pra ver que foi sangue no’zói!

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Iron Maiden no Rock in Rio 2001 – Prelúdio do melhor show de minha vida!

Daqui há pouco, terei gente nascida depois desse show na frente do meu palco. Então melhor deixar claro as coisas desde o começo.

Esse foi meu primeiro show internacional. 2001. Putz, como o tempo passa rápido. Me lembro de tudo até hoje. Em tópicos, me lembro dê:

– a condição de minha mãe em me deixar eu ir no show com um amigo responsável;

– a compra do pacote no cartão de minha tia (mãe de criação) com a condição de eu lavar seu carro e ser seu office boy durante um ou dois anos. Na verdade fiquei mais tempo. Coisa de filho dedicado, né?;

– beber até passar mal no ônibus, e ter dois caras que nunca vi antes cuidando de mim, pois meu amigo tava igualmente bêbado e não quis o fazer;

– a única foto tirada em toda a viagem num posto da Via Dutra (será que era ela mesmo? Lembro de algum lugar entre São Paulo e Rio de Janeiro);

– a decepção com o fato da viagem ter atrasado e termos perdido a praia;

– a busca por um hotel e um restaurante, pra tomar banho e pra almoçar;

– a caminhada de 5 quilômetros entre o estacionamento e a Cidade do Rock;

– o delírio em ver aquela enorme cidade do rock paulêra aparecer no Horizonte;

– a compra de camisetas pra toda a família do meu amigo e a sacanagem do mesmo em depositar tudo na minha mochila vazia;

– dividir as camisetas entre os amigos porque ficou na cara que eu era um ambulante (carregador, vá lá) pra poder entrar e não ter nossas lembranças físicas confiscadas;

– a euforia em adentrar o recinto;

– a caminhada pelas lojas e o desgosto em ter pouca grana pra comprar;

– o sanduíche esquisito (acho que chamava sanduíche natural) e caro;

– o copo de cerveja maior que eu (meio litro);

– o início do Sheik Tosado, que não gostei e fiquei louco pra chegar logo o próximo show;

– a poeira levantada numa apresentação matadora do Pavilhão 9, que gerou a maior Roda HC que tinha visto na vida até então;

– o show esquisito do Queens of Stone Age, gosto da banda, mas a odiei naquele dia;

– Sepultura entrar no palco;

– a poeira imensa vista mesmo com a iluminação noturna;

– o riff de Andreas cortando meus braços numa passagem lenta de Bneath the Remains;

– as músicas novas;

– a interrupção;

– o sabão do Kisser na segurança (foda demais! Valeu Andreas!);

– o início de Halford;

– Judas Priest tá aqui, porra! Vai tomá no cu pra esse cara!;

– que show matador;

– que cd solo impressionante!;

– que músicas destruidoras do Fight;

– que brincadeira foda com os Ououô yeah!,

– que Breaking the Law mais arrasadora de todos os tempos foi aquela! Desculpem Judas, aquela foi marcante mesmo, mais do que no show que fui em Brasília;

– que fim apoteótico de show!;

– puta expectativa;

– vários quase desmaios por inanição (quem manda comer e beber água só quando chegou?);

– rapel na montagem do palco!;

– escuridão;

– Chegamos no ponto exato do vídeo.

Um dia eu conto sobre o show, pois esse merece ser resenhado com mais detalhes, carinho e dedicação. O que eu posso dizer é que até hoje sinto as marteladas da Condução de Nicko McBrain baterem no meu ouvido no início de Wicker Man. O resto, bom… que resto? Ah sim, o show. Como eu falei, fica pra depois.

Aguardei-vos o que este escrevinhador dirá sobre isso…

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Bandas! Da garagem pro quarto! Já!

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Saudações galera. Depois de falar merda, vamos produzir merda?

Peguei o final dos anos 90 como adolescente. Me tornei músico em 2004 e com isso peguei uma interpretação mais antiga do fazer música. Ao ler uma cover baixo de John Paul Jones, resolvo fazer igual a ele, ligar o rádio na Executiva e aprender a tirar música de ouvido como ele fazia.

Era tudo muito mais analógico. Tudo muito mais difícil. Difícil e divertido, diga-se! Justiça seja feita, continua sendo divertido e difícil fazer música. Digamos então que as dificuldades eram outras.

Naquele tempo longínquo era mais complicado produzir música. Muito mais. Quem diria que eu conseguiria gerir minhas músicas no meu próprio quarto? Sim, pois é.

É disso que quero falar. Do crescimento na música.

Sempre interpretei que toda e qualquer informação relevante, seja ela de qual área for, me serve como músico. Já que consumo informação vorazmente, pensei: que tal aplicar essa verborragia no meu dia a dia? Foi uma ótima ideia.

Tenho um Computador Lentium e uns cabos. Hum, isso me deu uma ideia! – Com um computador, um cabo com plug P10 de um lado e de outro, P2, consegui ligar meus instrumentos e gravar tudo o que fazia e captava num MP3 player de 2005.

Massa demais? Não, o som tá atrasando! – Baixei e aprendi a usar um driver chamado Asio4All. Com ele instalado, consegui ouvir em tempo real.

Perfeito? Não. – O Audacity era muito pesado. Meu ex-patrão me apresentou ao R.E.A.P.E.R. e sua leveza de processamento me ajudou muito.

Bacana? Sim, mas não tá perfeito! – Arrumei uma interface de áudio e tenho dois canais pra plugar instrumentos ou vozes, um controle de ganho pra cada, um phantom power, duas saídas de monitor, uma saída de fones e dois controles de volume, um pra cada formato de saída. Muito mais prático.

Gostou? Gostei! Só tenho que procurar onde ouvir. – Monitores de áudio, podem ser caixinhas multimídia, tipo aquelas Edifier de 200 reais. Só não uso pra mixar. Os produtores odeiam e eu sei que eles tem mais propriedade do que eu pra justificar isso.

E agora? Tá ficando bom! – Pra ficar melhor, me tornei aluno de Rodrigo Itaboray. Contratei dois Workshops dele e farei os outros dois que faltam. Ou três, parece que vem novos Workshops por aí. Farei também uma consultoria (um tipo de aula direcionada às minhas dúvidas), pois há muita coisa a aprender. Sempre há algo faltando. Antes que me perguntem, sim eu pago por informação também. É como um livro contado em tempo real. A diferença mais divertida é que você pode tomar uma cerveja com seu livro, interromper ele, fazer piada, rir e pedir pro livro explicar melhor aquele delicioso e cheiroso pedaço de contra-filé da esquina com uma dose de pinga que interrompeu a longuíssima explicação sobre compressão paralela com o correto roteamento no I/O.

Fechou agora? Quase lá! – Ah! Esse último Quase é caro e demorará um pouco.

Nesse caminho todo, nunca fiquei satisfeito. Sempre achei que era hora de crescer mais. No youtube, tem o mencionado de outro post Paulo Anhaia. Tem o meu professor Rodrigo citado logo acima. E tem também o Felipe Lisciel com sua forma cabalística de explicação (DicaDaPutaQuePariu me interrompe: nunca conseguirá tudo com um só canal de baixo, caralho! Separa um pra cada faixa do espectro, se não fizer, que se foda, vai se foder é você mesmo! – essa eu aprendi, valeu cara!). Aí apareceu um monte, como o Papo no Estúdio que serve demais pra nós. E cara, cada um te traz informação relevante de sua forma. Eu não entro nas brigas de analógico x digital (isso vai ficar bem comum em sua vida, acredite), simulação x impulse response e afins. Não tenho cacife produtivo pra isso.

Continuo consumindo, extraindo o sumo da informação e aprendendo. Geralmente aprendo e leio aquela explicação ou tutorial na hora que acontece, então, muita coisa eu esqueço. Por isso, trouxe um pouco de onde eu busco informação nos links ao final. Vez ou outra fico rodando a esmo pra achar algo que ainda não aprendi. Isso é altamente aleatório! Melhor que façam por si mesmos para entenderem o que é necessário e o que não é considerando sua individualidade e suas vicissitudes.

Bandas de garagem! Vão pro quarto e se tornem Bandas de Quarto. Façam de sua Home, um Home Studio. Pode apostar que vai melhorar incrivelmente suas composições. Daí, na hora da gravação valendo o primeiro CD ou EP, e bem ensaiados, vão pra aquele Estúdio Foderoso (Com Iniciais Maiúsculas, Mesmo) e soltem o sarrafo! Outra dica, peçam para gravar por hora, ao invés de pagar a empreitada completa por música. É muito mais barato. Mas tenho uma ressalva, aliás nem é porque sei que se você leu tudo isso, saberá do que falo agora: esse tipo de gravação exige maestria dos músicos, pois tem que sair um ou dois Take Bãos e logo, Uai! Falei antes, né! Confio que conseguirão.

Ah! Já ia esquecendo…

* Já pro quarto é uma ordem imperativa redundante e não sou eu que dei, e sim vossas consciências musicais. 🙂 *

Abraços!

http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/220978/

http://www.reaper.fm/

https://www.youtube.com/channel/UC-1e939Y2MgmPcaMAF1MJLQ…

https://www.youtube.com/user/pauloanhaia

https://www.youtube.com/user/GabrielReinert

https://www.youtube.com/channel/UCxXeyF8ofWD_Qcou5YM0ojQ…

https://www.youtube.com/channel/UCsIVKoiBypLf2oKJUXsOGPA…

https://www.youtube.com/channel/UCoLRCTKRnO8BNDPhZ7lcCDg…

https://www.youtube.com/channel/UCDHxHmI6TgUdylMOFO-aA-g…

https://www.youtube.com/channel/UCEG_ihtBZ1RAEgq_bLVHuXA…

Os comentários estão sedentos por mais informações, postem as suas! XD

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Música e mediocridade

Bom dia. Hoje o texto é duro. Necessário mesmo ser, apesar do malogro que aflige tanta gente ligada a música como eu. Um amigo ontem relatou que foi convidado a tocar num evento, cujo escopo não é a música, mas há a música e há o palco. Depois de duras negociações, recusaram a banda dele, disseram que só pagariam um lanche e exigiam ver um ensaio pra comprovar que a banda, de reconhecido destaque na região, tocava mesmo. Ele não aceitou, óbvio. Eu li o relato e meu sangue ferveu com isso.

Sempre falo pros meus amigos músicos que não é necessário abrir as pernas e que sim, podemos cobrar algo. É justo, e, portanto, nosso. Tá aí um exemplo prático disso tudo: um segurança ou um técnico de som não trabalham num show sem seus respectivos pagamentos. Bar, faxina e demais serviços, idem. Quando chegam no último elo da corrente, por ser fraco, ele se quebra. Sim, nós, das bandas, tocamos sem sermos pagos.

Ninguém é melhor que ninguém, cada um cumpre bem o seu papel. Todos os envolvidos num festival de rock ou qualquer outro estilo que envolva música são tão importantes quanto nós! Todo mundo ali é fundamental pro funcionamento do maior espetáculo da ida de um fã de música. Acredite, aos 15 anos de idade eu olhava pra banda que tocava na noite como se fosse o próprio Metallica tocando na minha frente. Não, não era cover do Metallica, eram bandas como Heaven’s Guardian, Necropsy Rooom (hoje Ghon), Spiritual Carnage, Tahra, Ressonância Mórfica, Punch, dentre muitas outras.

Começo esse novo parágrafo com uma ressalva: não falo de comunismo, falo sim de uma situação onde todos podem ganhar. Tanto as bandas, quanto os produtores. Se você paga uma banda, você faz ela se aprimorar, pois ela vai querer ensaiar mais. Com isso, o som melhora e você tem uma banda cada vez melhor com o passar dos anos, pois com a grana que entra, os caras conseguem se aprimorar. Ganham menos pela fatia do bolo ser menor pra cada um, mas pensem a longo prazo. Ganharão muito mais, e o que deixou de ganhar num dia, ganhará mais e de forma mais eficiente com o passar do tempo.

Não discutirei o sexo dos anjos ao adentrar no mérito de quem é ou não é preguiçoso. Cada um faz o que quer do cachê. Primeira vez que falo essa palavra aqui.Estranho né? Típico, eu diria. Ela realmente é uma raridade no meio do rock amador. Voltemos. Me assumo como preguiçoso, mas não como acomodado. Temos ótimos produtores ensinando isso. Rodrigo Itaboray, Paulo Anhaia, Felipe Lisciel e Rick Bonadio são exemplos (pra não citar outros inúmeros). Cada mostra de sua forma.

Falo sim de crescer como produtor cultural, fazer uma banda crescer e com isso, fermentar e fomentar um fortalecimento sólido de uma cena musical que sofre a duras penas. A cena hoje é volátil. É tão forte quanto o álcool. Tem uma capacidade flamejante arraigada nas suas origens tão intensa quanto a fragilidade de um líquido que se dissipa no ar quando não ocorre a combustão.

Não são todos que merecem palavras tão duras. Conheço muita gente séria, que trabalha, que convida quem trabalha e que, me perdoem a redundância, trabalham juntos. E mesmo os que mereçam, o faço por amor a um bem maior do que todos nós: a música. É ela que faz um festival de música acontecer. É ela que arrepia o moleque de 14 anos e o faz comprar uma camiseta da banda do seu coração. É ela que tem me guiado por toda a minha vida! Tenho certeza. Todo mundo que se arrepia com um solo ou uma passagem bonita, também é guiado por essa forma de arte tão sublime.

Minha opinião é pouco abalizada, afinal, sou apenas um dos lados da moeda. Relembro meus tempos da academia e recorrerei à um autor importante e recém mencionado: Paulo Anhaia. Faria um quote Ipsis Litteris de tudo o que ele falou, mas sabem como é: estou preguiçoso demais para fazer isso. Preguiçoso sim, acomodado não, diga-se novamente! O cara sabe do que fala. Trabalhou no Midas com Rick Bonadio, produziu uma quantidade monumental de bandas fodas e possui muito mais propriedade do que eu. Hoje ele tem seu próprio trampo.

Paulo, lhe peço licença para dar ao título um homônimo de seu vídeo (vi todos) que eu mais gosto. Assistam. Cada vídeo tem uma lição de profissionalismo. Mais do que isso! Uma lição de vida!

 

Segue aí:

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Esse é o progressivo que gosto

Quando eu penso em progressivo, é nisso que penso. Passagens, atmosferas, harmonias, dinâmicas diferentes, sensações estranhas, calma, relaxamento, explosão, fúria ao extremo e um compêndio de coisas que nem Freud explica.
Até hoje, Tool consegue ser a banda que melhor consegue me incitar todas essas sensações. São quase um Pink Floyd com Roger Waters. Os caras são fodas. Tão fodas que o batera uma vez catou uma máscara de oxigênio, encheu o estúdio de gás hélio só pra gravar um álbum, pois acreditava piamente na possibilidade de uma sonoridade completamente diferente. E eu… bom… eu… acredito piamente que ele conseguiu!
É disso que eu falo. É de Tool!

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Miserê maldito!

Miserê? Putz, nem me fale! Derrotados pela nossa inimiga mortal em um dia cujo qual me lembrarei tal como o Onze de Setembro e a Morte do Senna. Começo essas linhas tortas com sangue nos olhos e reconhecendo a derrota pra nossa maior rival. Nosso algoz atende pelo nome de Bianchi!

Hoje é daqueles dias clássicos. Mônaco, Indianápolis e Charlotte. Tudo no mesmo dia. Do jeito que o fã Hardcore gosta. Rosberg nessa hora tá curtindo a vitoria com champagne e tentando furar o bloqueio dos seguranças pra abraçar seus comparsas de equipe. É, acabou a transmissão.

Recobremos o dia.Acordo cedo, creio que umas cinco e meia da manhã. Sem ter o que fazer, vou mexer na minha guitarra. Ela tá com a eletrônica desmontada porque passei uma parte pra um baixo Fretless meu. Pego uma sucata de captadores e faço uma ligação captador/tone/jack. Estranho né? Sim, é e tem gente que usa. No meu caso, era o único botão disponível. Depois e toda uma montagem, percebo que a sucata não funcionou. Volto pros antigos. Instalo apenas o da ponte e arranco o botão de tone. Ligação direta, no fio emendado e fechado por fita isolante. Coisa feia! Meu ferro de solda queimou. Triste, né? Na verdade não, o som foi tão sensacional que até isso foi esquecido.

 Vou terminar o serviço próximo das oito e meia. Tv ligada, e aquela linda vinheta do Almir Sater indica o fim do Globo Rural. O café fica pronto, mas a conversa é tão intensa que eu não desgrudo da tela. Só ali percebo que algo tenso rolou e aquele seria um dia marcante. Intervalo, café tomado, corrida iniciada e vem o anticlímax. Tirando um Safety Car, a corrida fica um pouco maçante. Tradicional como é Mônaco a corrida fica sonolenta, pelo menos pra mim que esperava uma pancadaria generalizada. Räikkönen em terceiro é o grande chamariz. Acordar cedo faz o sono cobrar o seu tributo.
Começo a reentender a corrida quando vejo o finlandês brigando com as Williams. Ou próximo delas, nem me lembro mais. Sigo fazendo uma força descomunal pra entender a corrida até que um francês começa a ser mencionado. Segundo nosso narrador, Galvão, ele ganhou destaque por estar prestes à ganhar seu primeiro ponto na categoria. Mais um abandono e… de repente, ele está lá. Em décimo. Putz, cadê minha Caterham? Ericsson com seu lindo capacete em homenagem ao Peterson tá ali, mas não tão perto.Punição! Ele não me dará esse gostinho amargo! – pensei.

 Ele me sai na frente de uma Caterham. Começo a torcer para que o carro verde o alcance. A conta não fecha, Jules continua em décimo. Maldição! Kobayashi está 2 voltas atrás. É ele! Um salseiro ocorre. O coração aperta e a torcida pelo sueco aumenta. Quase empurro o carro de tanta torcida e agonia. A corrida segue com alguma emoção efêmera e minha preocupação com o duelo russo/malaio segue. Fim de prova. Algum problema qualquer com Hamilton (espero que esteja bem com o olho), disputas por aqui e por ali, e foi por pouco. Quase chegamos!

Nesse momento, desliguei a Televisão e estou curtindo o dissabor da derrota. Quem se importa pela vitória de um alemão filho de um finlandês que você acha um dos melhores da história? Bom, nesse momento, mesmo com a torcida por Rosberg filho, eu não me importo.

 Nem tudo está perdido.

Sinto uma justiça histórica sendo escrita. Não é porque ele é um atroz inimigo de minha equipe que deixarei de saborear um gostinho especial como esse. O primeiro ponto de uma equipe nanica! Vitória dos esquecidos. Glória dos ignorados! Sofro com a derrota sim. Mas curto a vitória. Muito mais do que isso, saboreio a glória de um time forjado numa era nefasta onde o abismo entre os endinheirados times médios e os times de outra categoria (pior que a GP2, disse Kamui certa vez) se tornou cada vez mais infinito. Intransponível, eu diria.

 Até hoje!
Hoje demos nosso “cala a boca” a todos aqueles que falaram que esses times não deveriam existir. Valeu Bianchi. Minha raiva é grande, mas você fez o que eu sempre quis que fosse feito. Pontuou com a Marussia. Queria a Caterham, mas como o Edgard de Mello filho adora citar , que tinham que baní-los da categoria. A ditadura das minorias se instaurou! Adoro o ranço que essa palavra minoria provoca em minha consciência. Parece um asco visceral de algo tão indigno que nem mesmo deveria existir. E, principalmente, denota uma miséria onde até os insetos cujas carcaças fazem estralos ao serem pisados são mais dignos. Hoje, e não somente hoje, nos tornamos F1 de verdade. Que triste constatação; que adorável vitória.Miserê? Porra nenhuma!

Que venha o resto do domingo!

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